Arquitetura brutalista

O Brutalismo é um estilo internacional[1]. O Prédio da Federação das Industrias do Estado de São Paulo, conhecido como "Fiesp", localizado no número 1313 na Avenida Paulista (São Paulo, Brasil) é um marco na arquitetura moderna brasileira e um exemplo de arquitura brutalista nacional.[2]

O estilo arquitetônico Brutalismo (também chamado de arquitetura brutalista), que surgiu no início do século XX e alcançou seu auge nas décadas de 1950 a 1970, é conhecido por sua estética ousada e impiedosa, caracterizada pelo uso de concreto bruto e aparente[1]. O nome "Brutalismo" deriva da palavra francesa "brut", que significa "cru" ou "bruto," e não se refere à violência, como muitas pessoas podem supor. O concreto é o material central no Brutalismo, e os arquitetos que seguem esse estilo fazem questão de deixar a textura e a superfície do concreto visíveis, muitas vezes sem revestimento ou acabamento adicional. Isso cria uma sensação de honestidade e autenticidade na construção. O Brutalismo frequentemente apresenta formas simples e geométricas, como blocos retangulares, torres, cubos e cantos angulares pronunciados. As estruturas tendem a ser massivas e imponentes, muitas vezes dando uma sensação de monumentalidade. O Brutalismo é considerado um ramo da arquitetura moderna. Ele se desenvolveu como parte do Movimento Moderno na arquitetura, que teve origem nas primeiras décadas do século XX e influenciou a forma como os arquitetos abordavam o design e a construção de edifícios.[3]

Os arquitetos Brutalistas geralmente valorizam a funcionalidade e a eficiência em seus projetos. Os edifícios frequentemente possuem layout simples e espaços internos bem definidos, com ênfase na integração com o ambiente circundante. O Brutalismo é conhecido por sua abordagem minimalista em relação à ornamentação. Os edifícios raramente incluem elementos decorativos extravagantes ou fachadas ornamentadas. A ênfase é colocada na estrutura em si. Muitos edifícios brutalistas foram construídos para fins públicos, como escolas, universidades, hospitais, habitação social e edifícios governamentais. Isso reflete uma ideia de arquitetura como uma ferramenta para a igualdade social e o bem-estar público. O brutalismo como filosofia arquitetônica foi frequentemente associado a uma ideologia utópica socialista, que tendia a ser apoiada por seus designers, especialmente por Alison e Peter Smithson, perto do auge do estilo. Este estilo teve uma posição forte na arquitetura dos países comunistas europeus de meados da década de 1960 até o final da década de 1980 - Bulgária, Tchecoslováquia, Alemanha Oriental, União Soviética e Iugoslávia.[4]

O Brutalismo é frequentemente um estilo arquitetônico polarizador. Alguns o veem como uma expressão honesta e impactante da arquitetura, enquanto outros o consideram frio e impessoal. Isso levou a debates frequentes sobre a preservação ou demolição de edifícios brutalistas em muitas cidades ao redor do mundo. Edifícios Brutalistas muitas vezes interagem de forma marcante com seu entorno urbano. Sua presença dominante pode criar um senso de lugar e identidade, mesmo que nem sempre seja apreciada por todos.[5]

Alguns exemplos famosos de arquitetura Brutalista incluem o Centro Pompidou em Paris, projetado por Renzo Piano e Richard Rogers, e o complexo habitacional Barbican em Londres, projetado por Chamberlin, Powell e Bon. Embora o Brutalismo tenha perdido popularidade em algumas áreas, ainda é apreciado por muitos como um estilo arquitetônico influente e significativo.[6]

Embora o movimento brutalista tenha terminado em grande parte no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, tendo dado lugar em grande parte ao expressionismo estrutural e ao desconstrutivismo, ele experimentou um ressurgimento do interesse desde 2015 com a publicação de uma variedade de guias e livros, incluindo Brutal London (Zupagrafika, 2015), Brutalist London Map (2015), This Brutal World (2016), SOS Brutalism: A Global Survey (2017), bem como o luxuoso Atlas of Brutalist Architecture (Phaidon, 2018). Muitos dos aspectos definidores do estilo foram suavizados em edifícios mais recentes, com fachadas de concreto frequentemente jateadas para criar uma superfície semelhante a pedra, cobertas de estuque ou compostas por elementos pré-moldados padronizados. Esses elementos também são encontrados em reformas de edifícios brutalistas mais antigos, como a reconstrução de Park Hill em Sheffield.

  1. a b «Brutalism | Encyclopedia.com». www.encyclopedia.com. Consultado em 18 de janeiro de 2024 
  2. tamires-santana (17 de maio de 2013). «Edifício Luís Eulálio de Bueno Vidigal Filho (Fiesp)». Arte Fora do Museu. Consultado em 18 de janeiro de 2024 
  3. «O que é brutalismo?». ArchDaily Brasil. 20 de maio de 2021. Consultado em 18 de janeiro de 2024 
  4. Golaboska, Zlata (18 de dezembro de 2018). «Chefs-d'oeuvre de l'architecture socialiste en Bulgarie : le monument "1300 ans de Bulgarie" à Shumen». itinari (em francês). Consultado em 7 de março de 2024 
  5. «BBC Arts - BBC Arts - The concrete truth? Brutalism can be beautiful». BBC (em inglês). Consultado em 18 de janeiro de 2024 
  6. «What Is Brutalist Architecture? A Quick Look Into History». Immerse Education (em inglês). Consultado em 7 de março de 2024 

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