Arquitetura de Porto Alegre

Ângulo do centro histórico de Porto Alegre com representantes de algumas das principais fases evolutivas da arquitetura da cidade.

Com uma história de mais de dois séculos, a arquitetura de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, no Brasil, é um mosaico de estilos antigos e modernos. Essa característica se mostra mais visível no centro da cidade, o núcleo urbano histórico, onde sobrevivem exemplares de arquitetura do século XVIII em meio a construções oitocentistas e contemporâneas.

A evolução arquitetônica de Porto Alegre não difere, em seu mecanismo geral, da maioria das outras grandes cidades brasileiras, embora tenha alguns elementos únicos. Sua condição de capital provincial quase desde o início naturalmente resultou em uma tendência à expansão e monumentalização. Com efeito, hoje é a maior cidade do estado, sede de uma Região Metropolitana, e uma das maiores cidades do Brasil. Ao longo dessa história, colecionou uma extensa série de edificações monumentais, muitas de extraordinário valor, e alguns projetos avançados de urbanismo, mas no conjunto não resultou uma planta muito coerente e nem revelou espírito de planejamento a longo prazo, crescendo em grande parte de maneira desorganizada e mal controlada, e estando os planos urbanísticos muito vinculados a oscilações políticas e econômicas. Iniciou sob o estilo colonial português, atravessou as escolas neoclássica, eclética e modernista, verticalizou-se, expandiu-se fundindo-se a cidades vizinhas, tendo se tornado metrópole. Agora, se renova sob a influência do pós-modernismo e da globalização, desenvolvendo um estilo híbrido e internacionalizante. Isso tem dado margem a críticas sobre a descaracterização de sua identidade, que se somam àquelas que deploram a extensa destruição de arquitetura antiga insubstituível na onda do "progresso" e da especulação imobiliária, que ainda agora continuam a fazer estragos em um patrimônio histórico constantemente ameaçado e cada vez mais raro.

Hoje a cidade reorganiza sua paisagem urbana com grandes obras de infraestrutura, especialmente viária, e ergue exemplares significativos de arquitetura contemporânea. Mas ao mesmo tempo enfrenta com sucesso desigual os desafios de crescimento de uma das maiores capitais do Brasil, com quase 1,5 milhão de habitantes. Ainda existe grande população a viver em favelas e sem acesso a serviços básicos, e cresce a insatisfação com os rumos que a administração pública tem adotado nas áreas de urbanismo, habitação popular, uso de áreas especiais, mobilidade urbana, preservação da natureza e outras. Projetos de revitalização urbana promovidos pelos governos estadual e municipal como o do Cais Mauá e do antigo Distrito Industrial, e um programa de concessões de parques e outros espaços públicos para a iniciativa privada, têm produzido intensas controvérsias.


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