Charles Darwin

 Nota: Para outros significados de Darwin, veja Darwin (desambiguação).
Charles Darwin
FRS FGRS FLS FLZ
Charles Darwin
Darwin em 1854, poucos anos antes da publicação de A Origem das Espécies.[1]
Nascimento 12 de fevereiro de 1809
Shrewsbury, Shropshire,
Reino Unido
Morte 19 de abril de 1882 (73 anos)
Downe, Kent, Reino Unido
Residência Down House, Downe, Kent, Reino Unido
Progenitores Mãe: Susannah Darwin
Pai: Robert Darwin
Cônjuge Emma Wedgwood
Ocupação
Principais trabalhos A Origem das Espécies (1859)
A Descendência do Homem e Seleção em Relação ao Sexo (1871)
Prêmios Membro da Royal Society (1839)
Medalha Real (1853)
Medalha Wollaston (1859)
Medalha Copley (1864)
Legum Doctor (Honorário),
Cambridge (1877), Medalha Baly (1879)
Prêmio Bressa (1879)
Religião Agnóstico
(anteriormente anglicanismo)
Assinatura

Charles Robert Darwin, FRS FGRS FLS FLZ[2] (pronúncia em inglês: ['dɑːrwɪn];[3] Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809Downe, 19 de abril de 1882) foi um naturalista, geólogo e biólogo britânico,[4] célebre por seus avanços sobre evolução nas ciências biológicas.[I] Juntamente com Alfred Wallace, Darwin estabeleceu a ideia que todos os seres vivos descendem de um ancestral em comum, argumento agora amplamente aceito e considerado um conceito fundamental no meio científico,[5] e propôs a teoria de que os ramos evolutivos são resultados de seleção natural e sexual, onde a luta pela sobrevivência resulta em consequências similares às da seleção artificial.[6]

Seu livro de 1859, A Origem das Espécies, causou espanto na sociedade e comunidade científica da época, mas conseguiu grande aceitação nas décadas seguintes, superando a rejeição que os cientistas tinham pela transmutação de espécies.[7][8] Já em 1870, a evolução por seleção natural tinha apoio da maioria dos intelectuais. Sua aceitação quase universal, entretanto, não foi atingida até à emergência da síntese evolutiva moderna entre as décadas de 1930 e 1950 quando um grande consenso consolidou a seleção natural como o mecanismo básico da evolução.[9][10] A teoria de Darwin é considerada o mecanismo unificador para explicar a vida e a diversidade na Terra.[11][12]

Em seus primeiros anos, Darwin recusou cursar medicina na Universidade de Edimburgo; ao invés disso, focou-se em pesquisar sobre animais invertebrados. Pela Universidade de Cambridge (Christ's College), ele tomou a iniciativa pelas ciências naturais[13] e viajou durante cinco anos pelo HMS Beagle, projeto que o lançou como eminente geólogo e cujas observações sustentaram as ideias de Charles Lyell; as publicações de seus diários sobre os trajetos percorridos consolidaram sua fama.[14] Intrigado com a distribuição geográfica da vida selvagem e dos fósseis coletados durante sua viagem, Darwin começou investigações detalhadas e, em 1838, concebeu a teoria da seleção natural.[15] Depois de discutir suas ideias com vários naturalistas, Darwin precisava de mais tempo para tornar sua ideia pública, algo que entrava em conflito com seu extensivo trabalho geológico que tinha prioridade.[16] Em 1858, o naturalista Alfred Wallace manda um ensaio científico para Darwin estabelecendo as mesmas ideias e sugere uma publicação em conjunto.[17]

Consagrada a publicação, a teoria evolutiva darwiniana determinou drasticamente o cenário das ciências biológicas, tornando-se a explicação dominante sobre o porquê da diversidade natural do planeta.[9] Em 1871, Darwin volta a publicar livros significativos, desta vez começando sobre a sexualidade humana e sua descendência, intitulado A Descendência do Homem e Seleção em Relação ao Sexo, seguido por A Expressão da Emoção em Homens e Animais em 1872. Sua dedicação pelas plantas resultou em várias publicações de livros, e seu último seria A formação do molde vegetal através da ação de vermes em 1881,[18][19] meses antes de sua morte no ano seguinte. Em reconhecimento à importância do seu trabalho, Darwin foi enterrado na Abadia de Westminster, próximo a Charles Lyell, William Herschel e Isaac Newton. Foi uma das cinco pessoas não ligadas à família real inglesa a ter um funeral de Estado no século XIX. Por seu papel científico, Darwin é considerado uma das maiores personalidades da história.[20]

  1. Freeman 2007, p. 76.
  2. «Fellows of the Royal Society». Londres: Royal Society. Cópia arquivada em 16 de março de 2015 
  3. "Darwin" Arquivado em 2014-07-18 no Wayback Machine entrada em Collins English Dictionary.
  4. Desmond, Moore & Browne 2004
  5. Coyne, Jerry A. (2009). Why Evolution is True. [S.l.]: Viking. pp. 8–11. ISBN 978-0-670-02053-9 
  6. Larson 2004, pp. 79–111
  7. Coyne, Jerry A. (2009). Why Evolution is True. Oxford: Oxford University Press. p. 17. ISBN 978-0-19-923084-6. Em "A Origem", Darwin forneceu uma hipótese alternativa para o desenvolvimento, diversificação e design da vida. Muitos trechos do livro não somente apresentam evidências provando a evolução mas ao mesmo tempo refuta o criacionismo. Nos tempos de Darwin, a evidência de suas teorias eram incisivas mas não completamente decisivas. 
  8. Glass, Bentley (1959). Forerunners of Darwin. Baltimore, MD: Johns Hopkins University Press. p. iv. ISBN 978-0-8018-0222-5. A solução de Darwin é uma síntese magnífica de evidências...uma síntese... convincente em honestidade e compreesão. 
  9. a b van Wyhe 2008
  10. Bowler 2003, pp. 178–179, 338, 347
  11. The Complete Works of Darwin Online – Biography. Arquivado em 2007-01-07 no Wayback Machine darwin-online.org.uk. Acessado em 15 de dezembro de 2006
    Dobzhansky 1973
  12. Como o acadêmico darwinista Joseph Carrol da Universidade de Missouri–St. Louis coloca na introdução das cópias modernas dos trabalhos de Darwin: "A Origem das Espécies tem toda a nossa atenção. É um dos dois ou três trabalhos mais significativos de todos os tempos—um desses trabalhos que fundamentalmente e permanentemente altera nossa visão de mundo... É defendido com uma consistência singular mas também eloquente, provocativa, e retoricamente consistente". Carroll, Joseph, ed. (2003). On the origin of species by means of natural selection. Peterborough, Ontario: Broadview. p. 15. ISBN 978-1-55111-337-1 
  13. Leff 2000, About Charles Darwin
  14. Desmond & Moore 1991, pp. 210, 284–285
  15. Desmond & Moore 1991, pp. 263–274
  16. van Wyhe 2007, pp. 184, 187
  17. Beddall, B. G. (1968). «Wallace, Darwin, and the Theory of Natural Selection». Journal of the History of Biology. 1 (2): 261–323. doi:10.1007/BF00351923 
  18. Freeman 1977
  19. «AboutDarwin.com – All of Darwin's Books». www.aboutdarwin.com. Consultado em 20 de março de 2016. Arquivado do original em 1 de abril de 2016 
  20. «Special feature: Darwin 200». New Scientist. Consultado em 2 de abril de 2011. Cópia arquivada em 11 de fevereiro de 2011 

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