Charles Dickens

Charles Dickens
Charles Dickens
Charles Dickens
Nome completo Charles John Huffam Dickens
Nascimento 7 de fevereiro de 1812
Morte 9 de junho de 1870 (58 anos)
Higham, Kent, Inglaterra
Nacionalidade britânico
Cônjuge Catherine Thomson Hogarth
Ocupação escritor
Magnum opus Grandes Esperanças
Um Conto de Duas Cidades
David Copperfield
Oliver Twist
A Casa Soturna
Assinatura

Charles John Huffam Dickens (Portsmouth, 7 de fevereiro de 1812 – Higham, 9 de junho de 1870) foi o mais popular dos romancistas ingleses da era vitoriana.[1] No início de sua atividade literária também adotou o apelido Boz. As suas obras gozaram de uma popularidade sem precedentes ainda durante a sua vida e, durante o século XX, críticos e académicos reconheceram-no como um génio literário. Os seus romances e contos são extensamente lidos ainda nos dias de hoje.[2][3]

Apesar de os seus romances não serem considerados, pelos parâmetros atuais, muito realistas, Dickens contribuiu em grande parte para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa.

Nascido em Portsmouth, Dickens saiu da escola aos 12 anos para ir trabalhar numa fábrica de graxa para sapatos. Na altura, o seu pai encontrava-se preso numa prisão civil. Após três anos de trabalho, ele voltou a estudar, tendo depois iniciado uma carreira como jornalista. Dickens foi editor de um jornal semanal durante 20 anos, escreveu 15 romances, cinco livros curtos, centenas de contos e artigos de não-ficção, para além de ter dado seminários e feito leituras ao vivo. Dickens era ainda um escritor incansável de cartas e participou ativamente em campanhas em defesa dos direitos infantis, da educação e de outras reformas sociais.

O sucesso literário de Dickens começou com a publicação em série de The Pickwick Papers em 1836. A série tornou-se num fenómeno, em grande parte graças à introdução da personagem de Sam Weller no quarto episódio, e gerou produtos relacionados com a mesma e séries derivadas. Alguns anos depois, Dickens tinha-se tornado numa celebridade literária internacional, famoso pelo seu sentido de humor, sátira e pelas observações sagazes sobre personagens e a sociedade. Os seus romances, a maioria dos quais foi publicada em série mensalmente ou semanalmente, foram pioneiros na publicação em série de ficção, que se tornou no modelo de publicação dominante durante a Era Vitoriana.[4] Os finais em aberto mantinham os leitores em suspense.[5] Este formato também permitia que Dickens avaliasse a reação do seu público e muitas vezes alterava a história e o desenvolvimento das personagens em função das suas opiniões.[6] As suas histórias eram construídas cuidadosamente e muitas vezes Dickens incluía acontecimentos da atualidade nas suas narrativas.[7] Massas de pobres analfabetos tinham por hábito pagar um tostão para que alguém lhes lesse o episódio desse mês, o que inspirou uma nova classe de pessoas a aprender a ler.[8]

O seu conto de 1843, A Christmas Carol continua a ser bastante popular e a inspirar adaptações em todos os meios artísticos. Oliver Twist e Great Expectations também são adaptados com frequência e, à semelhança de muitos dos seus romances, evocam imagens da Era Vitoriana em Londres. O seu romance de 1859, A Tale of Two Cities (que tem lugar em Londres e Paris) é a sua obra de ficção histórica mais conhecida. Dickens foi uma das celebridades mais famosas da sua época e era bastante procurado pelo público. No final da sua carreira, Dickens fez várias digressões onde lia as suas obras em público.[9]

O term "Dickensian" é usado para descrever algo que faz lembrar Dickens e as suas obras, como é o caso de condições sociais e laborais precárias ou de personagens cómicas ou repugnantes.

  1. «Charles Dickens». UOL Educação. Consultado em 15 de janeiro de 2012 
  2. Mazzeno, Laurence W. (2008). The Dickens Industry: Critical Perspectives 1836-2005 (em inglês). [S.l.]: Camden House 
  3. Chesterton, G. K. (1 de maio de 2005). Charles Dickens: A Critical Study (em inglês). [S.l.]: Kessinger Publishing 
  4. Grossman, Jonathan H. (março de 2012). Charles Dickens's Networks: Public Transport and the Novel (em inglês). [S.l.]: OUP Oxford 
  5. Nast, Condé (23 de julho de 2012). «Tune in Next Week». The New Yorker (em inglês). Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  6. Lodge, David (2002). Consciousness & the novel : connected essays. Internet Archive. [S.l.]: Cambridge, Mass. : Harvard University Press 
  7. Dickens, Charles (13 de maio de 1987). Dickens' Working Notes for His Novels (em inglês). [S.l.]: University of Chicago Press 
  8. Hauser, Arnold (1999). The Social History of Art: Naturalism, impressionism, the film age (em inglês). [S.l.]: Psychology Press 
  9. Garratt, Peter (22 de agosto de 2014). «Hearing voices allowed Charles Dickens to create extraordinary fictional worlds». the Guardian (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2022 

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