Abdias do Nascimento

Abdias do Nascimento
Abdias do Nascimento discursa na tribuna do Senado Federal (1991)
Senador do Rio de Janeiro
Período25 de fevereiro de 1997
a 31 de janeiro de 1999
Antecessor(a)Darcy Ribeiro
Sucessor(a)Saturnino Braga
Deputado federal pelo Rio de Janeiro
Período1° de fevereiro de 1983
a 31 de janeiro de 1987
Dados pessoais
Nascimento14 de março de 1914
Franca, São Paulo
Morte23 de maio de 2011 (97 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Nacionalidadebrasileiro
Alma materUniversidade Federal do Rio de Janeiro
Prêmio(s)Ordem do Mérito Cultural (2007); Ordem de Rio Branco, no grau de Oficial (2001) e de Comendador (2006);
CônjugeLéa Garcia
(1951–1958)
PartidoPDT (1981–2011)
Religiãocandomblé
Ocupação
Websitehttp://www.abdias.com.br

Abdias do Nascimento OMC (Franca, 14 de março de 1914Rio de Janeiro, 23 de maio de 2011) foi um ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasileiras.

Em 1936 mudou-se para a capital fluminense para cursar Economia, formando-se em 1938, na então chamada Universidade do Brasil. Em 1938, organizou e participou do Congresso Afro-Campineiro, em Campinas. Mantendo-se sempre em movimento, cursou Sociologia no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) em 1956, e recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Federal da Bahia (UFBA).[1]

Considerado um dos maiores expoentes da cultura negra e dos direitos humanos no Brasil e no mundo, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2010.[2] Fundou entidades pioneiras como o Teatro Experimental do Negro (TEN), o Museu da Arte Negra (MAN) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO). Foi um idealizador do Memorial Zumbi e do Movimento Negro Unificado (MNU) e atuou em movimentos nacionais e internacionais como a Frente Negra Brasileira,[3] a Negritude e o Pan-Africanismo. Quando jovem, foi membro da Ação Integralista Brasileira, onde atuou como jornalista, considerando o período fundamental para lhe "possibilitar conhecimentos sobre a cultura brasileira, arte, literatura e economia",[4] tendo se desligado após o fechamento legal da AIB por se opor a "um segmento sistematicamente racista contra os negros" dentro do movimento.[5] Atuou no antigo Partido Trabalhista Brasileiro (1945-65) e foi fundador do Partido Democrático Trabalhista em 1981, chegando a ser vice-presidente da legenda à qual foi filiado até sua morte.[6]

Foi professor emérito na Universidade Estadual de Nova Iorque em Buffalo, onde, durante seu exílio do regime militar, lecionou por dez anos. Nascimento atuou como professor visitante na Escola de Artes Dramáticas da Universidade Yale. Convidado pelo Fórum das Humanidades da Universidade Wesleyan, também nos Estados Unidos, ele participou na condição de professor visitante, com alguns dos mais destacados intelectuais da época, do Seminário "A Humanidade em Revolta". Foi professor convidado do Departamento de Línguas e Literaturas Africanas da Universidade de Ifé, em Ifé, Nigéria. Voltando do exílio, foi deputado federal e senador da República, além de secretário do governo do Estado do Rio de Janeiro.

  1. Medeiros da Silva, Mario. «Abdias do Nascimento». Sociedade Brasileira de Sociologia. Consultado em 12 de janeiro de 2024 
  2. «Abdias Nascimento indicado ao Prêmio Nobel da Paz 2010». Fundação Cultural Palmares. Consultado em 31 de março de 2022 
  3. Geledés, Abdias fala da Frente Negra Brasileira. Acesso em 19/6/2020.
  4. http://www.ef5.com.br, F5-Web Design e Tecnologia Atualizada-. «Abdias Nascimento». www.museuafrobrasil.org.br. Consultado em 31 de março de 2022 
  5. Depoimento transcrito no livro O Griot e as Muralhas, de Abdias Nascimento e Éle Semog (Rio de Janeiro: Pallas, 2006), p. 84-85.
  6. [Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001]

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