Arte

 Nota: Para outros significados, veja Arte (desambiguação).
No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: um autorretrato de 1887 de Vincent van Gogh; uma figura ancestral feminina de um artista chócue; detalhe de O Nascimento de Vênus (c. 1484) de Sandro Botticelli ; e um leão shisa de Okinawa

Arte é uma gama diversificada de atividades humanas e seu produto resultante que envolve talento criativo ou imaginativo, geralmente expresso em proficiência técnica, beleza, poder emocional ou ideias conceituais.[1][2][3] É o processo ou produto de organizar deliberadamente elementos de forma a apelar aos sentidos e às emoções. Abrange uma vasta gama de atividades humanas, criações e formas de expressão, desde campos como música, fotografia, literatura, dança, cinema, escultura e pintura. O significado da arte é explorado dentro da estética, um ramo da filosofia. Acredita-se que para os primeiros seres humanos a arte tinha uma função ritualista, mágica, religiosa; Esta função, contudo, evoluiu, adquirindo uma componente estética e uma função social, pedagógica, mercantil ou simplesmente ornamental.

Não existe uma definição geralmente aceita sobre o que constitui arte[4][5][6] e a interpretação do conceito tem variado muito ao longo da história e entre culturas. Na tradição ocidental, os três ramos clássicos das artes visuais são a pintura, a escultura e a arquitetura.[7] O teatro, a dança e outras artes performativas, bem como a literatura, a música, o cinema e outros meios de comunicação, como os meios interativos, estão incluídos numa definição mais ampla na numeração das artes.[1][8]

Até o século XVII, arte referia-se a qualquer habilidade ou domínio e não se diferenciava dos ofícios ou das ciências. No uso moderno após o século XVII, onde as considerações estéticas são primordiais, as artes plásticas são separadas e distinguidas das competências adquiridas em geral, como as artes decorativas ou aplicadas. Tradicionalmente, o conceito de arte era utilizado para se referir a qualquer habilidade ou mestria. Esta concepção alterou-se durante o período romântico, quando a arte passou a ser vista como "uma faculdade especial da mente humana a ser classificada juntamente com a religião e a ciência".[9]

A natureza da arte e conceitos relacionados, como criatividade e interpretação, são explorados num ramo da filosofia conhecido como estética.[10] A arte é estudada em diversas disciplinas. A arte, entendida como manifestação da atividade humana, é suscetível de ser estudada e analisada a partir de uma perspetiva filosófica — por exemplo, como o raciocínio do ser humano interpreta os estímulos sensoriais que recebe —, psicológica — os diversos processos mentais e culturais que se encontram na sua génese —, ou sociológica — a arte como produto da sociedade humana e em analise dos diversos componentes sociais. A mais difundida, contudo, é a perspectiva histórica que é estudada a partir da crítica de arte e da história da arte.

A natureza da arte foi descrita por Richard Wollheim como "um dos problemas tradicionais mais difíceis da cultura humana".[11] Foi definida como um veículo para a expressão ou comunicação de emoções e ideias, um meio de explorar elementos formais e como a mimese ou representação.[12] Leo Tolstoy identificou a arte como o uso de meios indiretos para uma pessoa comunicar com outra.[12] Benedetto Croce e Robin George Collingwood defendem a visão idealista de que a arte expressa emoções e que a obra de arte existe essencialmente na mente do criador.[13][14] A teoria da arte como forma tem as suas raízes na filosofia de Immanuel Kant e foi desenvolvida durante o século XX por Roger Eliot Fry e Clive Bell.[12] A arte como mimese ou representação tem profundas raízes na filosofia de Aristóteles.[12] Mais recentemente, pensadores influenciados por Martin Heidegger interpretaram a arte como o meio pelo qual uma comunidade desenvolve para si um meio de expressão e interpretação.[15]

  1. a b «Art: definition». Oxford Dictionaries. Consultado em 25 de dezembro de 2015. Arquivado do original em 1 de setembro de 2016 
  2. «art». Merriam-Websters Dictionary. Consultado em 25 de dezembro de 2015. Cópia arquivada em 30 de agosto de 2019 
  3. «Conceptual Art | Definition of Conceptual Art by Oxford Dictionary on Lexico.com also meaning of Conceptual Art». Lexico Dictionaries | English (em inglês). Consultado em 18 de março de 2021. Arquivado do original em 14 de abril de 2021 
  4. Stephen Davies (1991). Definitions of Art. [S.l.]: Cornell University Press. ISBN 978-0-8014-9794-0 
  5. Robert Stecker (1997). Artworks: Definition, Meaning, Value. [S.l.]: Pennsylvania State University Press. ISBN 978-0-271-01596-5 
  6. Noël Carroll, ed. (2000). Theories of Art Today. [S.l.]: University of Wisconsin Press. ISBN 978-0-299-16354-9 
  7. Vasari, Giorgio (18 de dezembro de 2007). The Lives of the Most Excellent Painters, Sculptors, and Architects. [S.l.]: Random House Publishing Group. ISBN 978-0307432391. Consultado em 8 de novembro de 2020. Cópia arquivada em 14 de abril de 2021 
  8. «Art, n. 1». OED Online. Oxford University Press. Dezembro de 2011. Consultado em 26 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 11 de janeiro de 2008 
  9. Gombrich, Ernst. "Press statement on The Story of Art Arquivado em 2008-10-06 no Wayback Machine". The Gombrich Archive, 2005. Consultado a 18 de janeiro de 2008.
  10. Kennick, W. E. (1979). Art and Philosophy: Readings in Aesthetics (em inglês). New York: St. Martin's Press. pp. xi–xiii. ISBN 978-0-312-05391-8. OCLC 1064878696 
  11. Richard Wollheim. Art and its objects, pàg. 1, 2a edição, 1980, Cambridge University Press, ISBN 0521 29706 0
  12. a b c d Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Levinson5
  13. Levinson, Jerrold (2003). The Oxford Handbook of Aesthetics (em inglês). [S.l.]: Oxford university Press. p. 16. ISBN 0-19-927945-4 
  14. Ponto de vista de R.G. Collingwood expressat a l'obra The Principles of Art. Vegeu Wollheim, op. cit., 1980 pág.. 36-43
  15. Martin Heidegger. "The Origin of the Work of Art". A Poetry, Language, Thought, (Harper Perenniel, 2001). Vide também Maurice Merleau-Ponty, "Cezanne's Doubt", a The Merleau-Ponty Aesthetics Reader, Galen Johnson i Michael Smith (eds), (Northwestern University Press, 1994) i John Russon, Bearing Witness to Epiphany, (State University of New York Press, 2009).

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