Chipre

 Nota: Para a província romana, veja Chipre (província romana).
República de Chipre
Κυπριακή Δημοκρατία (grego)
Kypriakí Dimokratía
Kıbrıs Cumhuriyeti (turco)
Hino: Ὕμνος εἰς τὴν Ἐλευθερίαν (Ymnos is tin Eleftherian)
("Hino à Liberdade")
Localização de Chipre (em verde) Na União Europeia (em verde claro) No Continente europeu (em cinza)
Localização de Chipre (em verde)
Na União Europeia (em verde claro)
No Continente europeu (em cinza)
Capital
e maior cidade
Nicósia
35°08'N 33°28'
Língua oficial Grego, turco
Gentílico Cipriota,
cíprio,[1] ciprense
Governo República presidencialista
 • Presidente Nikos Christodoulides
Independência do Reino Unido
 • Tratado de Zurique e Londres 19 de fevereiro de 1959
 • Declarada 16 de agosto de 1960
 • Celebrada Anualmente em 1 de outubro
Entrada na UE 1 de maio de 2004
Área
 • Total 9 251 km² (167.º)
 • Água (%) desprezável
Fronteira República Turca do Chipre do Norte (de facto) Reino Unido (de facto)
População
 • Estimativa para 2018 1 189 265[2] hab. (158.º)
 • Densidade 123,4[3] hab./km² (82.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2019
 • Total US$ 35,970 bilhões*[4](126.º)
 • Per capita US$ 41 572[4] (35.º)
PIB (nominal) Estimativa de 2019
 • Total US$ 24,996 bilhões*[4](114.º)
 • Per capita US$ 28 888[4] (33.º)
IDH (2019) 0,887 (33.º) – muito alto[5]
Gini (2011) 29,1[6]
Moeda Euro (€) (EUR)
Fuso horário (UTC+2)
 • Verão (DST) (UTC+3)
Cód. ISO CY
Cód. Internet .cy
Cód. telef. +357
Website governamental www.cyprus.gov.cy

Chipre[nota 1] (em grego: Κύπρος; romaniz.: Kýpros pronunciado: [ˈkipros]; em turco: Kıbrıs pronunciado: [ˈkɯbɾɯs]), oficialmente República de Chipre (em grego: Κυπριακή Δημοκρατία; romaniz.: Kypriakí Dimokratía; em turco: Kıbrıs Cumhuriyeti) é um país insular no leste do mar Mediterrâneo, ao largo das costas da Síria e Turquia.[8] Chipre é a terceira maior e mais populosa ilha no Mediterrâneo e um Estado-membro da União Europeia desde 2004. Ele está localizado ao sul da Turquia, a oeste da Síria e do Líbano, a noroeste de Israel, ao norte do Egito e a leste da Grécia.

A mais antiga atividade humana conhecida na ilha data do 10º milênio a.C.. Vestígios arqueológicos deste período incluem a aldeia neolítica bem preservada de Choirokoitia e o Chipre é o lar de alguns dos poços de água mais antigos do mundo.[9] O país foi colonizado por gregos micênicos em duas ondas no segundo milénio a.C. Como uma localização estratégica no Oriente Médio, a ilha foi posteriormente ocupada por várias grandes potências, como os impérios de assírios, egípcios e persas, de quem o território foi anexado em 333 a.C. por Alexandre, o Grande. O país depois foi dominado pelo Egito ptolemaico, pelo Império Romano e pelo Império Romano do Oriente, por califados árabes por um curto período, pela dinastia francesa de Lusinhão e pelos venezianos, seguido por mais de três séculos de domínio otomano, entre 1571 e 1878 (de jure até 1914).[10]

Chipre foi colocado sob administração britânica com base na Convenção de Chipre em 1878 e formalmente anexado pelo Império Britânico em 1914. Em 1960, Chipre, Grécia e o Reino Unido assinam um tratado que declara a independência da ilha, ficando os britânicos com a soberania das bases de Acrotíri e Deceleia. Makarios assume a presidência, mas a constituição indicava que os turco-cipriotas ficariam com a vice-presidência, com poder de veto, o que dificultou o funcionamento do governo e as relações entre greco-cipriotas e turco-cipriotas, desembocando em explosões de violência interétnica em 1963 e 1967. Em 15 de julho de 1974 um golpe pró-helênico depôs o governo legítimo, o que provocou a reação da Turquia, que, utilizando-se da suposta defesa dos interesses dos turco-cipriotas, invadiu e até hoje ocupa militarmente a parte norte da ilha — ocupação esta que já fora declarada ilegal pelo Conselho de Segurança da ONU, cujas resoluções ordenavam a retirada imediata das tropas turcas. Esta foi a origem da República Turca de Chipre do Norte, um Estado de facto que só é reconhecido pela Turquia e pela Organização para a Cooperação Islâmica.

A República de Chipre tem soberania de jure sobre toda a ilha de Chipre e suas águas circundantes de acordo com o direito internacional, exceto pelo território ultramarino britânico de Acrotíri e Deceleia, administrado como zonas de soberania do Reino Unido. No entanto, a República de Chipre é dividida de facto em duas partes principais; a área sob o controle efetivo da República, que compreende cerca de 59% da área da ilha, e o norte,[11] administrado pela autodeclarada República Turca do Norte de Chipre, que é reconhecida apenas pela Turquia e que cobre cerca de 36% da área da ilha. A comunidade internacional considera a parte norte da ilha como um território da República de Chipre ocupado por forças turcas.[12][13] A ocupação é vista como ilegal sob a lei internacional, principalmente depois que o Chipre tornou-se membro da União Europeia.[14] O país é um importante destino turístico no Mediterrâneo.[15][16][17] Com uma economia de alta renda e um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito elevado,[18][19] a República de Chipre é um membro da Commonwealth desde 1961 e foi membro fundador do Movimento de Países Não Alinhados, até que aderiu à UE em 1 de maio de 2004. Em 1 de Janeiro de 2008, a República de Chipre entrou para a Zona Euro.[20]

  1. Portal da Língua Portuguesa - Dicionário de Gentílicos e Topónimos
  2. «World Population prospects – Population division» (em inglês). ONU. Consultado em 25 de abril de 2020 
  3. United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division (2013). «World Population Prospects: The 2012 Revision, DB02: Stock Indicators». New York 
  4. a b c d «Report for Selected Countries and Subjects». World Economic Outlook Database, October 2018. Washington, D.C.: International Monetary Fund. 12 de outubro de 2018. Consultado em 27 de abril de 2017 
  5. «Human Development Report 2019» (PDF) (em inglês). Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  6. «Gini coefficient of equivalised disposable income (source: SILC)». Eurostat Data Explorer. Consultado em 13 de agosto de 2013 
  7. Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda. 
  8. «The World Factbook» 
  9. «Stone Age wells found in Cyprus». BBC News. 25 de junho de 2009. Consultado em 31 de julho de 2009 
  10. «Treaty of Lausanne» 
  11. «According to the United Nations Security Council Resolutions 550 and 541». United Nations. Consultado em 27 de março de 2009 
  12. European Consortium for Church-State Research. Conference (2007). Churches and Other Religious Organisations as Legal Persons: Proceedings of the 17th Meeting of the European Consortium for Church and State Research, Höör (Sweden), 17-20 November 2005. [S.l.]: Peeters Publishers. p. 50. ISBN 978-90-429-1858-0. There is little data concerning recognition of the 'legal status' of religions in the occupied territories, since any acts of the 'Turkish Republic of Northern Cyprus' are not recognized by either the Republic of Cyprus or the international community. 
  13. Quigley. The Statehood of Palestine. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 164. ISBN 978-1-139-49124-2. The international community found this declaration invalid, on the ground that Turkey had occupied territory belonging to Cyprus and that the putative state was therefore an infringement on Cypriot sovereignty. 
  14. James Ker-Lindsay; Hubert Faustmann; Fiona Mullen (15 de maio de 2011). An Island in Europe: The EU and the Transformation of Cyprus. [S.l.]: I.B.Tauris. p. 15. ISBN 978-1-84885-678-3. Classified as illegal under international law, the occupation of the northern part leads automatically to an illegal occupation of EU territory since Cyprus' accession. 
  15. Lesley Pender; Richard Sharpley (2005). The Management of Tourism. [S.l.]: SAGE. p. 273. ISBN 978-0-7619-4022-7 
  16. Richard Sharpley (16 de maio de 2012). Tourism Development and the Environment: Beyond Sustainability?. [S.l.]: Routledge. p. 296. ISBN 978-1-136-57330-9 
  17. Sharpley, Richard; Telfer, David John (2002). Tourism and Development: Concepts and Issues. [S.l.]: Channel View Publications. p. 334. ISBN 978-1-873150-34-4 
  18. «Country and Lending Groups». World Bank. Consultado em 11 de maio de 2010 
  19. «Human Development Index (HDI)–2011 Rankings». United Nations Development Programme. Consultado em 4 de novembro de 2011 
  20. «The Non-Aligned Movement: Background Information». Movimento Não Alinhado. 21 de setembro de 2001. Consultado em 19 de janeiro de 2010. Arquivado do original em 9 de Fevereiro de 2016 


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