República Federativa do Brasil Brasil | |||||
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Lema nacional Ordem e Progresso | |||||
Hino nacional Hino Nacional Brasileiro
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Continente | América | ||||
Região | América do Sul | ||||
Capital | Brasília | ||||
Língua oficial | português | ||||
Governo | República federativa presidencialista sob uma ditadura militar autoritária bipartidária | ||||
Ditadores | |||||
• 1964 | Ranieri Mazzilli | ||||
• 1964–1967 | Humberto de Alencar Castelo Branco | ||||
• 1967–1969 | Artur da Costa e Silva | ||||
• 1969–1974 | Emílio Garrastazu Médici | ||||
• 1974–1979 | Ernesto Geisel | ||||
• 1979–1985 | João Figueiredo | ||||
Período histórico | Guerra Fria Pós-modernismo | ||||
• 1 de abril de 1964 | Golpe de 1964 | ||||
• 15 de março de 1985 | Queda da ditadura militar | ||||
Moeda | cruzeiro (1970–1986) cruzeiro novo (1967–1970) cruzeiro (1942–1967) |
A ditadura militar brasileira foi um regime autoritário e nacionalista instaurado em 1 de abril de 1964, que perdurou até 15 de março de 1985, sendo conduzido por sucessivos governos militares. O regime teve início com o golpe de Estado de 1964, que depôs o governo João Goulart, eleito democraticamente.[1][2] A ditadura terminou formalmente em 1985, quando José Sarney assumiu a presidência, marcando o início da chamada Nova República.[3]
Apesar da promessa inicial de uma intervenção breve, o regime se estendeu por 21 anos, consolidando-se por meio da promulgação de sucessivos Atos Institucionais, que ampliaram os poderes dos militares. O mais severo foi o Ato Institucional Número Cinco (AI-5), de 1968, que suprimiu direitos civis e fortaleceu a repressão política, permanecendo em vigor por dez anos. A Constituição de 1946 foi substituída pela Constituição de 1967, e o Congresso Nacional foi dissolvido. Além disso, a ditadura impôs um código de processo penal militar, permitindo que o Exército e a Polícia Militar encarcerassem suspeitos sem possibilidade de revisão judicial.[4]
O regime adotou uma diretriz nacionalista, desenvolvimentista e anticomunista. Durante a década de 1970, a ditadura atingiu seu auge de popularidade devido ao chamado "milagre econômico", enquanto simultaneamente censurava a imprensa, torturava opositores e promovia exílios forçados. Entretanto, na década de 1980, o modelo econômico do regime entrou em colapso, agravado pela hiperinflação, pelo aumento da desigualdade social e da pobreza.[5] Isso impulsionou o movimento pró-democracia, culminando na campanha Diretas Já. Em resposta, o governo aprovou a Lei da Anistia, relaxou as restrições às liberdades civis e permitiu a realização de eleições presidenciais indiretas em 1985.
O regime militar brasileiro influenciou outras ditaduras na América Latina, através da sistematização da doutrina de segurança nacional, que justificava ações militares em nome da "segurança nacional".[6] A repressão política durante a ditadura foi marcada por torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados, embora as Forças Armadas tenham mantido um discurso negacionista por décadas.[7] Somente em 2014, um documento militar reconheceu oficialmente a prática de torturas e execuções.[8] Em 2018, o Departamento de Estado dos EUA divulgou um memorando de 1974, revelando que a cúpula da ditadura autorizava diretamente as torturas e assassinatos contra opositores.[9] No total, 434 pessoas foram mortas ou desapareceram por perseguição política,[10][11] além de um genocídio indígena que vitimou mais de 8,3 mil indígenas brasileiros, resultado de negligência estatal e ações deliberadas de extermínio.[12]
Com a Constituição de 1988, o Brasil retomou sua normalidade institucional, definindo o papel das Forças Armadas como defensoras do Estado e da ordem constitucional.[13]